domingo, 22 de janeiro de 2012

Colombia es pasión y el riesgo es que te quieras quedar...


As milhas estavam acumuladas, mas o destino ainda não tinha sido escolhido. A visita de uns amigos colombianos ao Rio de Janeiro, minha cidade, influenciou minha decisão. Bogotá foi a bola da vez. O tempo era escasso por conta do trabalho, mas 8 dias seriam pelo menos um tempo de descanso, ou de mais cansaço já que turista não pára e eu sou uma turista de carteirinha. Cartagena de Indias também deveria ser visitada, claro.

Dias antes da viagem, um pé torcido me fez acreditar que teria que cancelar tudo, mas resisti bravamente. Coloquei a bota robocop na mala e cheguei a Bogotá com muita energia e expectativa e com uma mala que parecia para um mês (mulheres, sempre mulheres). Tive que alterar o roteiro de viagem e deixei Cartagena de lado dessa vez.

Ajiaco. Hummmmm
Dias inesquecíveis na capital colombiana, com amigos queridos e sabores novos despertando meu paladar. Sucos de lulo e de guanábana: maravilhas divinas. Arepa, tamal no café da manhã (um prato típico à base de milho e carne de porco e frango), mute (uma sopa com carne de porco que foi meu café da manhã também), mazamorra chiquita, ajiaco (delicioso), iogurte de café da marca Alpina, agua de panela. Com esses dois últimos, gamei de vez. Realmente o risco é grande quando você está na Colombia porque você quer ficar, como diz o eslogan do país.



Museo del Oro
Em Bogatá, o Museo del Oro se destaca. Peças incríveis em uma exposição de tirar o fôlego, pagando um preço irrisório, 3.000 pesos colombianos, o equivalente a R$3,00. A famosa balsa é, na verdade, minúscula, mas ricamente trabalhada e tem um espaço especial reservado pra ela. O painel gigante em uma sala fechada faz você querer fincar os pés e permanecer na sala durante muito tempo. Essa foto à esquerda é apenas parte disso.  Acabei indo duas vezes a esse museu, acredite. 
O Museo Botero e o Centro Cultural Gabriel García Márquez também merecem a visita. Não resisti e trouxe mais uma obra de um dos meus escritores preferidos, o Gabo, sempre proporcionando uma leitura inesquecível. Você não paga nada para visitar esses dois lugares. Melhor impossível!



brasileiros em Bogotá


O bairro La Candelaria, no centro de Bogotá, é um charme por si próprio. Vontade de percorrer as suas ruas infinitas vezes e terminar lá no Chorro de Quevedo, onde acabei encontrando dois brasileiros gente fina que me fizeram interromper o passeio pra falar sobre o Brasil e nossos costumes. E, depois disso, tive que provar a chicha, bebida que é feita de milho fermentado. Não gostei muito não, mas tomei porque turista que se preze não deixa de experimentar de tudo e um pouco mais.



        
Leonardo Gómez, colombiano

Indescritível foi fazer parapente pela primeira vez na vida em Sopó, a uma hora de Bogotá. Impressionante a sensação. Eu recomendo para quem quiser viver uma aventura com segurança. O preço é infinitamente mais em conta que no Rio. Você paga 100.000 pesos (sim, uns R$100) e fica com vontade de repetir inúmeras vezes. Volto para a Cidade Maravilhosa decidida a saltar de asa delta com meu filho mais velho. “Muy chévere".

Eu e Fabio, o instrutor que me levou nessa aventura



Algumas curiosidades linguísticas também são interessantes. É comum você escutar "harto" em vez de "mucho" (Hay harta gente aquí), "ah carajo" não é palavrão, e quando um colombiano pergunta para outro se o amigo pegou uma garota, uma das opções é "¿se rumbió la vieja?"
Sem contar que quase toda frase vem com algum –ito ou –ita: “ahorita”, “juguito”, “hermanita”. Sim, homem macho vive falando no diminutivo e não tem medo de que desconfiem de sua masculinidade não. Ahhh e fiquem preparados porque "buseta" é como eles chamam os ônibus por lá, ok? Nada de pânico ou de gargalhadas nas ruas por conta dessa palavra, hein?


Catedral de Sal

Catedral de Sal em Zipaquirá é um espetáculo à parte e vale e muito a visita. Os passeios no trem antigo são feitos aos sábados e domingos e já vou avisando que os bilhetes devem ser comprados com três dias de antecipação. Acho que foi a atividade mais cara da viagem, uns 100.000 pesos, o equivalente a uns 100 reais. Tive sorte porque um rapaz levou um bolo da namorada e precisou vender os ingressos dele em cima da hora. Ufa! Conseguimos embarcar! Há uma cafeteria lá embaixo, em que você pode provar deliciosos buñuelos con café con leche por 7000 pesos (R$7,00. Vamos combinar que o preço, comparado ao do Brasil, é mil vezes mais em conta. Gastei o dobro em um café com salgado no aeroporto de Guarulhos na volta) e, o melhor, você faz isso a "180 metros bajo tierra". Uma delícia, né não?



Plaza Mayor de Villa de Leyva

Outra dica preciosa é uma esticadinha a Villa de Leyva, um "pueblo" encantador com várias atrações em seus arredores, como um fóssil de um pliosauro, as chamadas "Pozas azules", a Casa de barro (Uma casa fantástica pela sua arquitetura. Eu quero uma igualzinha pra mim) e o Parque Arqueológico de Monquirá. Neste, você vai caminhar por entre falos imensos - um deles mede 4,50m -, esculpidos pelos índios Muiscas e que representavam para esses nativos a fecundidade. A explicação da pesquisadora que trabalha no parque me encantou. Os muiscas colocavam a ponta do falo fincada na terra, a Pachamama, para simbolizar a fertilidade do solo e, assim, esperavam por boas colheitas. Nada de pensar besteira. O interesse é puramente cultural.  



Lulo

Zona T, zona de rumba (balada)


O melhor iogurte do mundo: o de café, da Alpina.


Volto ao Brasil com uma parte do coração na Colombia. Minha segunda visita ao país me fez ter a certeza de que vou voltar outras vezes. Tenho mil coisas para contar, mas deixo que você vá pessoalmente e comprove o que estou dizendo e, "por supuesto", faça mil outras descobertas. Dessa vez, por conta do pé, não pude "rumbear" como eu gostaria, mas é uma excelente desculpa para voltar e dançar o vallenato e a salsa.



Escrevo esse pequeno relato ainda no avião, destino Brasil, pensando em quando completo as próximas milhas necessárias para ir novamente pra lá. Colombiano é gente fina, meio parecido com brasileiro e, fora a rivalidade em relação ao café - tema polêmico entre mim e meu amigo Leonardo durante cada um dos 8 dias -, é impossível não se apaixonar pela Colômbia e pela sua gente. Descubra a Colômbia. Garanto que vai gostar. 

5 comentários:

Blog Feminine Trends disse...

Talita,
Adorei o seu cantinho! O seu texto é uma delícia de ler e as dicas são fantásticas. Eu não conheço a Colombia, mas depois de tudo que vc contou aqui fiquei com vontade de conhecer e me apaixonar tb! :)

Beijos, Vanessa.

Unknown disse...

com essa daí não tem tempo ruim nem pé quebrado, mané!

•Requetemejor• disse...

Obrigada, meninas! Tenho certeza de que temos muitos lugares lindos para explorar. Como adoro o tema, vou dar minha pequena contribuição para os que "viajam" lendo e para os que procuram dicas para suas viagens :) E realmente, Akemi, não tem pé quebrado, nem tempo ruim :D

Rosane Paiva disse...

Nossa, agora estou contando os dias para que chegue novembro. Obrigada pelas dicas. Depois te conto como foi.

Rosangela Piveta disse...

Nossa, legal descobrir seu blog, Talita. Há uns dois anos que planejo viajar à Colômbia e seu relato e dicas só atiçaram mais ainda este desejo. Valeu!

Postar um comentário